Relacionamento

Certa vez, um padre católico pregou que para mudar a sociedade, cada um deveria destacar ao menos uma coisa boa sobre cada pessoa que encontrar.

Os gregos antigos categorizam a amizade como um tipo de amor, e para isso utilizavam o termo Philia, que é a amizade, lealdade, sinceridade, reciprocidade. Está relacionada ao bem do indivíduo que ama, mas também tem por objetivo o bem do outro.

Viver para impressionar os outros me torna incoerente, inconstante e perturbado, em uma ansiedade sem fim. Não estou plenamente onde estou, pois meu julgamento está pautado na vaidade.

Uma amizade que se constrói em laços fortes de amor e reciprocidade, torna-se duradoura, independente das circunstâncias, pois o foco está no bem do outro. Aristóteles dizia que há uma relação direta entre a ideia de amizade e a felicidade.

Procure momentos de individualidade, que envolvem o cuidado e a percepção de si mesmo. Isso é necessário para poder qualificar até mesmo suas relações interpessoais.

Byung-Chun Han nos alerta para a vivência de um certo capitalismo até nas relações pessoais. Será que sou amável com os outros apenas para ser mais valorizado?

Aristóteles reforça a importância do aspecto social para a compreensão integral do ser humano. A chave não está em negar a opinião do outro, mas em gerenciar a nossa reação diante da opinião do outro.

Lidar com o outro não é uma tarefa fácil. Nas palavras de Jean-Paul Sartre, “o inferno são os outros”. E por quê? Porque é pelo olhar do outro que reconhecemos nossa interioridade.

Para Arendt, por vezes, o soldado nazista que embarca os judeus não percebia a sua corresponsabilidade ao regime, pois não era ele quem tortura e mata as pessoas. Justifica o mal que cometem?

Para Empédocles, o conhecimento se dá pelo reconhecimento. O ser humano é capaz de saber o que é a água, porque tem água em seu próprio corpo. Será que o que nos incomoda nos outros não está em nós?