Felicidade

A ideia de que a vida é séria e dura está em nossa formação. Cabe-nos o exercício diário para que a vida não seja percebida como uma punição.

Nos ocupamos muito com o nosso fazer, mas sem colocar a alma nas atividades as coisas ficam sem a nossa identidade.

É impossível cuidar do ser e cuidar da alma sem a vida contemplativa. É preciso um momento para si mesmo e para fazer o que gosta.

São muitos os deveres que temos que cumprir, mas o maior deles é com a nossa interioridade.

A liberdade humana está intimamente ligada à sua responsabilidade diante do mundo. Quanto mais livre em suas decisões, mais responsável se torna pelas consequências de seus atos.

A filosofia existencialista cunhou o termo “condenado a ser livre” e o atribuiu ao ser humano. Condenado porque o homem não é capaz de criar a si mesmo, por isso recebe essa pena de outrem. E é livre porque inserido no mundo é responsável por tudo aquilo que faz.

Temos o desafio de retomar os processos da vida. Preparar o alimento para uma refeição para as pessoas que nós amamos exige preparo, processo, divisão de tarefas. Comida pronta não ensina a valorizar o seu preparo e não estimula a convivência.

O olhar revela. O olhar desnuda. O olhar abre o coração e explicita a intenção. As crianças olham nos olhos. Os covardes não. O olhar diz mais do que muitas palavras e, mais do que isso, o olhar desmente as palavras, quando são proferidas de modo falacioso.

Aprender no amor é ter objetivos claros e um caminho traçado, de modo que tomemos as rédeas das situações. Planejar. Quanto melhor o nosso planejamento da vida, menor a possibilidade de que situações externas nos atinjam profundamente.

Se temos muitas convicções e pouco conteúdo, talvez seja o momento de adquirir o hábito de estudar e nos aprofundarmos nos porquês que fundamentam nossas crenças. Este processo fará com que o nosso dedo apontado para o outro, vire primeiro para nós mesmos.