Prosperidade ilimitada
O ser humano está sempre em movimento. A busca por segurança, algum conforto, tornar-se um destaque, ou mesmo curiosidade moveram a humanidade ao longo da história. São diversas as conquistas pessoais e sociais, invenções e empreendimentos incríveis, avanços na saúde e tecnologia, mas há um ponto de atenção: para boa parte desses avanços se usa recursos limitados.
Um mundo em revolução
São amplamente conhecidas as revoluções em que a humanidade passou e passa. Desde a invenção do fogo, agricultura, navegações, a industrial, da energia elétrica, da utilização de semicondutores e computadores pessoais, do conhecimento, da tecnologia e assim por diante. Porém, algumas perguntas sempre ficam: para onde estamos indo? Qual o sentido da busca?
Penso que uma das molas propulsoras seja alcançar a prosperidade.
A ideia de prosperidade
Prosperidade é um conceito amplo, que pode se caracterizar no âmbito social, quando tratamos de estar constante progresso, um desenvolvimento contínuo, mas também no âmbito pessoal, quando tratamos da evolução de projetos, melhorias no campo profissional ou crescimento espiritual. Seja qual for a extensão desse conceito, está relacionada a abundância, a ideia de melhoria contínua, planejamento, equilíbrio.
Podemos considerar como uma característica humana. Se você perguntar para qualquer pessoa sobre seus planos futuros, dificilmente alguém planeja ou sonha estar numa condição pior do que a que tem hoje. Desse modo, a ideia de prosperidade é muito positiva, porque nos move, nos faz ampliarmos a nossa zona de conforto e desbravar novos mundos pessoais, espirituais, sociais e assim podemos dar a nossa contribuição para o desenvolvimento da sociedade.
Não podemos limitar a ideia de prosperidade, pois isso seria reduzir as nossas possibilidades, o desenvolvimento, as novas técnicas e indústrias que apontam para o futuro. Mas há uma pedra no caminho: muitas vezes, para dar esse passo não somos capazes de olhar o longo prazo e ignoramos o fato de que alguns recursos são limitados, que a nossa espécie humana é uma dentre outras espécies e que é necessário considerar a prosperidade do coletivo e não apenas a individual.
Mas, devagar com o andor…
Os recursos naturais são a solução e nos permitem colocar em prática as ideias, porém os recursos são limitados e gostaria de trazer esse ponto de atenção para os nossos planejamentos. O Greenpeace traz alguns alertas e apresenta alguns efeitos sensíveis da busca pela prosperidade ignorando a escassez dos recursos. São ondas de calor, enchentes, furacões, secas e queimadas, milhares de espécies em risco de extinção.
Um olhar para o futuro
Pensar no futuro é pensar no uso consciente dos recursos e nesse aspecto, penso que as grandes empresas têm muito a nos ensinar. O ESG (Environmental, social and corporate governance) que indica as práticas das companhias nos aspectos de Meio Ambiente, Social e Governança, veio para ficar e alguns relatórios indicam para a possibilidade de evolução e prosperidade, sem abrir mão desses valores.
Fica o convite para que você possa checar o que algumas empresas brasileiras fazem nesse sentido. Recomendo a leitura de cases da Klabin, Boticario, Suzano ou a BRF.
Um problema ético?
Mas afinal, o que isso tem a ver comigo?
Sabemos que é normal e, como já destacamos no texto, é muito positiva a busca pela prosperidade, mas do ponto de vista filosófico, podemos nos aprofundar um pouco mais e buscar o que está por trás das nossas motivações.
Quais são os meus valores? Quais são meus objetivos? Esses valores e objetivos consideram o todo ou é algo puramente pessoal? Quais recursos são necessários para atingir esses objetivos? Até onde posso ir para atingir os meus objetivos?
Pois é, caímos num problema ético e também de autoconhecimento. Ora, se para atingir o meu objetivo de chegar limpo a um determinado lugar e para isso seja necessário jogar um papel de bala no chão, talvez esteja na hora de repensar os meus objetivos e, sobretudo, questionar os meus valores.
A ideia de prosperidade ilimitada está em nosso dia a dia, mas é necessário que como cidadãos estejamos atentos ao impacto que causamos e o quanto estamos dispostos a reparar o dano que causamos aos outros seres humanos, outras espécies e ao mundo como um todo.
Referências
📷 Mädchen an einem Fenster zum Markusplatz, Tauben fütternd (1875) | Anton Romako (Austrian, 1832-1889)