O que importa?

27 de julho de 2020

A sabedoria popular nos traz vários ditados.

Um deles, que acho curioso, nos diz que “se a gente não aprende pelo amor, aprende pela dor”.

Poderia escrever páginas sobre isso. De fato, profundo. Mas me lembrei dessa frase ao me deparar com outra que me provocou ainda mais.

Platão, filósofo e matemático grego, nos diz: “Não espere por uma crise para descobrir o que importa na sua vida”.

Afinal, o que importa?

Costumo dizer que cada segundo vivido é um segundo a menos de vida. A vida deve ser medida pela quantidade de tempo que gastamos fazendo as coisas. Pensar que aquele segundo não volta mais, nos provoca a refletir sobre os nossos valores e, principalmente, nos dá uma ideia de finitude.

Aos mais curiosos, vale ler um pouco a teoria do filósofo alemão Heidegger sobre o assunto. Não vou alongar aqui.

No trabalho também é assim. Vendemos o nosso tempo. O período em que estamos trabalhando poderíamos estar em outro lugar, com outras pessoas ou fazendo outra coisa. Porém, trocamos o nosso conhecimento pelo dinheiro que vai nos sustentar. Mas não é só isso. Cabe também refletir o tempo que gastamos no trabalho. Há sim a expectativa de que usemos esse tempo para aprender nas melhores universidades que a vida nos dá: as empresas. E esse aprendizado nos dá uma bagagem ainda maior, que nos faz crescer como pessoas e como profissionais e, olha só… parece que o seu tempo passa a valer mais. E as empresas sabem disso.

E o que estamos fazendo com esse tempo?

Convido você a refletir um pouco sobre isso e escrever numa folha de papel o seu dia a dia. Ao menos as principais atividades. Depois, quanto tempo leva para cumpri-las. E na sequência, saber o que acontece no intervalo entre as atividades.

Não se julgue pelo que é feito, afinal, você parou para pensar nisso hoje. Mas, e agora?

Pergunte-se por quê? e para quê? você faz o que faz, como faz e com quem faz. Quais são os objetivos? Onde espera chegar? Qual o seu sonho?

É difícil, eu sei. É um trabalho que nos leva a vida toda.

Mas dar um sentido para a vida além de torná-la mais leve, nos ajuda a não nos ocuparmos de pequenas discussões e as pequenas derrotas. Nosso foco está adiante.

Aprender no amor, em minha opinião é isso. Simples. Ter objetivos claros e um caminho traçado, de modo que tomemos as rédeas das situações. Planejar. Quanto melhor o nosso planejamento da vida, menor a possibilidade de que situações externas nos atinjam profundamente.

E a dor?

Sempre vai existir. Nosso foco está adiante.

Referências

📷 Women on a Country Road | Fabio Cipolla (Italian, 1854-1914) | Imagem reprodução